O Mercado e a Qualificação
A semana passada acompanhamos uma matéria no Jornal Nacional muito preocupante, pois afeta diretamente a qualificação, ou seja, em janeiro, de cada dez desempregados, seis estudaram 11 anos ou mais.
A algum tempo atrás, ninguém imaginava que as pessoas mais qualificadas, aquelas que estudam mais, seriam atingidas diretamente por um índice de desemprego tão grande, o desemprego para quem tem mais de 11 anos de estudo aumentou 45%.
Infelizmente, hoje é cada vez mais comum encontrarmos pessoas muito bem qualificadas, com anos de estudo, um conhecimento grande e muita experiência, desempregadas ou trabalhando em um emprego bem abaixo da sua formação.
Números divulgados pelo IBGE mostram que de 2014 para 2015, o desemprego entre as pessoas com menos de oito anos de estudo subiu 38%, já entre os trabalhadores que têm de 8 a 10 anos de estudo, o aumento foi de 37%, agora, para quem tem 11 anos ou mais foi bem pior. O desemprego aumentou 45%.
A pouco tempo atrás, em momentos de crise, era comum demitir alguém com menor qualificação, que tinha menos tempo na empresa, que tinha menor ligação com a empresa, do que alguém mais qualificado, com grande conhecimento e experiência. Mas no momento que o país vive, não está dando mais para fazer isso segundo os empresários, pois você não está conseguindo vender, você não está conseguindo novos clientes, com isso, as empresas vão ter que começar a demitir pessoas mais qualificadas.
Quando as empresas começam a cortar e perder pessoas de alta qualificação, isso significa prejudicar os níveis de produtividade do país, e esta atitude compromete o futuro do nosso país, ou seja, estamos qualificando e nivelando o mercado por baixo.
Que a situação do país e da economia é grave e muito preocupante não temos dúvidas, mas acredito que demitir os mais bem preparados, o mais qualificados e experientes é perigoso e complicado, pois você começa a ter no quadro de funcionários da empresa, profissionais de qualificação inferior, e isso é muito perigoso, pois amanhã as empresas podem precisar de fato destas pessoas, que podem inclusive se tornar o executivo da empresa, com isso, qual o futuro que a empresa vai ter? Vencedor ou perdedor? Será que vai ter futuro?
Acredito que um grande esforço de ambas as partes, incluindo acordos, deve ser feito com o intuito de manter os melhores colaboradores nas empresas, pois para superar as dificuldades, você só consegue com os melhores e não com os piores ou os menos qualificados.
Sua empresa tem adotado esta política de cortar os melhores e manter os medianos ou menos qualificados? Você acha que esta é uma boa alternativa para sair da crise?
Um grande abraço a todos!
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