Você é Razão ou Emoção?
Esta escolha entre razão e emoção está presente no dia-a-dia de qualquer pessoa do mundo, mas para as pessoas que exercem cargos de liderança, ela é mais forte e mais presente.
Por isso, estes profissionais devem ficar sempre alertas, e estarem muito bem preparados para que a emoção não supere a razão na hora das decisões. Com certeza, não é uma tarefa fácil, principalmente dentro da nossa cultura, onde a emoção é muito significante.
A verdade é que com o passar do tempo, as pessoas se apegam com aquelas que trabalham com elas, com isso, passam a gostar dessas pessoas, e aí esta o perigo, pois na grande maioria das vezes, isso acabada nos deixando cegos para enxergar o que de fato estas pessoas são como profissionais.
O líder que toma decisões considerando mais a emoção, ou seja, o relacionamento que tem com o liderado, do que a capacidade profissional que ele oferece, corre um sério risco de prejudicar a empresa, o liderado e a ele próprio. Já presenciei casos assim. Certa vez, um gerente promoveu um atendente para supervisor. Ele era um bom atendente e uma pessoa muito boa, de ótimo caráter e trabalhador, porém, era imaturo para um cargo de tamanha responsabilidade. Mesmo assim, este gerente o promoveu, e só para resumir, em menos de três meses ele foi desligado da empresa, pois enfrentou sérias dificuldades com a equipe, além da pressão que vinha da Diretoria, infelizmente perdeu-se um bom atendente devido a uma promoção feita na hora errada e por amizade (emoção).
Este tipo de atitude, acaba por gerar em alguns colaboradores um sentimento de injustiça, criando um ambiente altamente desmotivador, causando com isso, impacto na performance da equipe e da empresa, o que, por sua vez, pode fazer com que o líder perca posições ou seja preterido em promoções futuras dentro da empresa.
Partindo deste princípio, quem exerce o papel de líder precisa trabalhar muito bem este lado de separar a amizade do ambiente profissional, procurando levar sempre em consideração o que é correto para a empresa. Um exemplo bem claro disso foi em um passado pouco distante, onde o técnico da Seleção Brasileira de vôlei masculino Bernardo Rezende (Bernardinho), devido a um problema de ordem disciplinar deixou de fora da seleção um dos maiores levantadores do mundo e capitão da equipe, o campeão Ricardinho. Quando o técnico tomou esta atitude, foi criticado por alguns no início, mas ele se manteve com a razão controlando a emoção, afinal se tratava do melhor levantador do mundo, mesmo assim, o Brasil continuou conquistando títulos de forma brilhante. Depois de um bom tempo, Ricardinho retornou a Seleção, mas no momento correto.
Para os profissionais lidar bem com esta questão da razão x emoção, e evitar priorizar a amizade em vez da empresa, é fundamental se autoconhecer, para saber se é mais emoção ou mais razão. Existem várias técnicas e exercícios para facilitar este autoconhecimento, um deles é escrever os fatores que o norteia nas tomadas de decisões e partilhar com a chefia e colegas para ter a certeza se você está utilizando mais um ou mais o outro.
Mas lembrem-se, não estamos colocando aqui que você precisa ser uma pessoa fria, sisuda, que esqueça o lado humano e não tenha dentro de si nenhuma emoção, você apenas precisa saber utilizar esta emoção a favor da razão. Muitas vezes, a emoção faz parte de uma decisão através da razão, não esqueça. A emoção é importantíssima, mas não dita as regras, ela muitas vezes auxilia. O ideal seria talvez, alguém com um pouco das duas.
Você é razão ou emoção? Seu líder é razão ou emoção? Você tem preferência por uma ou outra, ou prefere um pouco das duas?
Um grande abraço a todos!
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