Resultado Ruim ou Falta de Planejamento?
Para começar nossas atividades e iniciar o ano, vamos falar sobre o atendimento e as compras de Natal.
Segundo informações da Serasa Experian, o volume de vendas no Natal caiu 1,7% no Brasil na comparação com igual período do ano passado, e esse foi o pior resultado registrado desde o Natal de 2003. Seguindo a mesma linha de estudo, o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) apontou queda de 0,7% nas vendas a prazo na semana que antecedeu o Natal, este número fez o comércio varejista registrar o movimento mais fraco dos últimos cinco anos.
Já a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) apontou crescimento de 3% em termos reais na comparação com o Natal de 2013, enquanto a expectativa era de 4,5%, o que coloca, segundo a Alshop, o Natal de 2014 como o pior dos últimos oito anos para os Shoppings Centers.
Segundo os especialistas, pelo menos três fatores influenciaram negativamente o setor. O primeiro foi a alta da inflação oficial do país calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que no acumulado já chega a 5,58% e deve fechar no teto da meta do governo, estabelecido em 6,5%. O segundo fator foi a desaceleração do mercado de trabalho ao longo do ano, que não produzia números tão ruins há mais de 10 anos, este fator está associado ao crescimento modesto da renda, que perde ritmo desde 2010 e alcançou o patamar negativo de 0,1% neste mês, comparado a maio, segundo dado mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Já o terceiro fator, foram os juros altos para o consumidor, acompanhando a trajetória da taxa Selic, aquela que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para o comércio e bancos, de 11,75% ao ano.
Porém, mesmo com tudo isso que foi colocado, enfrentei algumas contradições logo após o Natal, e para minha surpresa, recebi diversas reclamações de pessoas que passaram pelo mesmo problema. Após o Natal vem o famoso “dia de trocas”. Como o comércio vendeu bem abaixo do esperado, a expectativa era de se encontrar as mercadorias disponíveis, de todos os modelos, tamanhos e cores, além de poder comprar algo a mais, para completar as compras de final de ano, mas não foi nada disso que aconteceu.
No meu caso, saímos para trocar cinco presentes e só conseguimos trocar um, e devido ao mau atendimento, que já se tornou “normal” quando se fala em troca, não conseguimos comprar mais nada de relevante. Ao entrar nas lojas, haviam vendedores se escondendo, e quando éramos atendidos não tinha nada, apenas tamanhos pequenos, poucos modelos e falta de variedade de cores. Sei que as lojas não são obrigadas a trocar mercadorias por problemas de tamanho, cor e modelo, mas já que fazem, deviam fazer de forma exemplar, com sorriso no rosto, vontade, comprometimento e preparo, pois de uma simples troca, surgem na maioria das vezes compras complementares, que as vezes, são de valores maiores do que os valores gastos anteriormente.
Desta forma, ficam as perguntas. Será que o Natal não foi melhor para o comércio porque compraram poucas mercadorias? Será que compraram mercadorias erradas? Investiram muito em mercadoria que não tem saída? Faltou melhor planejamento ao departamento de compras? Faltou treinamento adequado aos profissionais, para entenderem principalmente que a troca é uma forma de faturar mais e de fidelizar os clientes? Será que as metas não foram agressivas demais, em um ano que tivemos Copa do Mundo em nosso país e eleições para os Governos Federal e Estadual? Com a resposta os profissionais envolvidos.
Um grande abraço a todos!
Feliz 2015
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