Exemplos de uma Derrota

Derrota

O que foi visto na partida de ontem (08/07/14) entre Brasil x Alemanha, foi algo inédito e jamais visto dentro do futebol mundial. Passamos em minha opinião, a maior vergonha dentro de uma Copa do Mundo.

Quando você disputa uma partida de futebol, como todos sabem apenas três resultados pode acontecer, vitória, derrota ou empate, mas dentro de uma semifinal de Copa do Mundo, com a presença de quatro das maiores seleções do mundo, eram esperadas partidas altamente equilibradas e dramáticas, mas pelo menos no primeiro jogo, infelizmente para nós brasileiros não foi bem assim, perdemos de 7×1, um resultado vergonhoso e que jamais será esquecido.

Muitas pessoas ficaram tristes, frustradas e até revoltadas, chegando a cometer atos de vandalismo, o que nada tem a ver com o espírito esportivo e deixa a situação passada por nós dentro de campo, ainda mais vergonhosa.

As pessoas ficaram diante das televisões e telões como se tivessem paralisadas, não acreditando no que estavam vendo, uma humilhação sendo imposta a nós brasileiros dentro de casa e de forma impiedosa, parecia que a Alemanha estava treinando contra um time infantil, totalmente perdido.

Mas por que isso aconteceu? Existem explicações? Existem culpados? O que ficou de aprendizado? O Resultado poderia ser outro? O que levamos de aprendizado para a nossa vida e para as empresas?

Quando você disputa uma Copa do Mundo, uma coisa é sabida, estarão ali os maiores jogadores do mundo, as maiores seleções do mundo, equipes que se preparam por quatro anos ou até mais para chegar bem na competição, fazer um papel digno, e quem sabe conquistar o tão cobiçado campeonato.

Porém, para as grandes seleções conquistar o mundial é quase uma obrigação, por isso o trabalho é feito de forma séria, árdua e muito bem planejada. Para se ter uma ideia do tamanho da organização e do planejamento, vamos citar o exemplo da Alemanha.

O seu técnico Joachim Löw completará em breve uma década à frente da seleção. Elogiado por promover craques como Müller, Özil e Götze, ele veio para o Brasil disputar a Copa do Mundo com o desafio de acabar com a sina dos alemães, que não conquistam um título desde 1996. Ele que assumiu a seleção alemã em julho de 2006 em substituição ao seu grande amigo Jürgen Klinsmann, onde era o seu auxiliar técnico, teve seu contrato renovado de forma antecipada até a Eurocopa de 2016, isso uma semana após a Alemanha garantir a classificação para a Copa de 2014. Mesmo não ganhando a Copa de 2010 na África o trabalho seguiu e hoje estamos vendo o resultado.

Olhando para este cenário muito bem reduzido da Alemanha, já sabemos o porquê do seu sucesso. Mas agora vamos falar do nosso fracasso e saber quais são os aprendizados que obtivemos:

Explicações: Após a chegada do técnico Luís Felipe Scolari se instalou na seleção e no país uma confiança enorme, e a seleção passou a ser vista de forma diferente, com mais credibilidade, mesmo ganhando partidas contra seleções de pouca expressão, mas ao ganhar a Copa das Confederações o ano passado (2013) o clima de euforia tomou conta de uma grande parte do país, colocando a seleção como uma das grandes favoritas para ganhar a Copa do Mundo. O tempo foi passando e o técnico Luís Felipe Scolari ao lado do Coordenador Carlos Alberto Parreira começaram a dar entrevistas dizendo que o Brasil seria o campeão.

Chegamos então no momento da apresentação do jogadores, e o início da preparação com alguns treinamentos e jogos amistosos, com o passar do tempo acompanhamos que os treinamentos na maioria das vezes eram abertos, muitas visitas, folgas, brincadeiras, participação dos jogadores em vários programas de televisão, enquanto isso, as outras seleções faziam treinos reservados, poucas folgas e exposições raras.

Após a eliminação, todos começaram a levantar esta questão de pouco treinamento, fato este que eu sempre levantei, mas ninguém falava isso no momento da festa. Tivemos na nossa convocação jogadores sem experiência, jogadores em péssima fase, muitos jogadores comuns, em várias copas nossa seleção tinha no mínimo 5 ou 6 jogadores que tinham condições de decidir as partidas, hoje temos apenas um e que não pode jogar. Jogadores muito bons em clubes, mas que na seleção não vingaram, isso acontece, mas os treinamentos e a preparação servem para isso.

Culpados: Técnico, comissão técnica, diretoria e presidência, todos são culpados, pois não tiveram em momento algum postura de líder vencedor, jogaram nos jogadores uma pressão enorme, garantido um campeonato, desrespeitando todos os outros participantes e iludindo a população, onde era fato que não tínhamos a mínima condição de ganhar este copa dentro de campo, jogamos todos os jogos de forma pífia, ganhando no sufoco e de seleções fracas, sem grande expressão. Quando de fato pegamos o primeiro grande desafio, deu no que deu. Tivemos ainda um técnico arrogante, desatualizado e que não houve opinião de ninguém, vale só a sua opinião, mesmo que esteja errada.

Aprendizado: Um projeto vencedor, moderno, com planejamento, visão, estratégia, mudanças não só na CBF, mas no futebol brasileiro como um todo, desde as categorias de base. Começar a trabalhar com profissionalismo e não como amadores. Precisamos buscar novas alternativas, um técnico estrangeiro, pois os nossos estão desatualizados e não reconhecem isso.

Aprendizado para as empresas e líderes: a-) Trabalhar com metas, visão e planejamento; b-) Investir em treinamentos, todos cobraram da seleção um plano B. Mas se você não planeja, não inova e não treina, não tem plano B; c-) Respeitar o concorrente, tenha sempre otimismo e sempre tenha na mente que precisa vencer, mas respeite o concorrente, pois ele também quer o mesmo que você. Perder uma vez ou outra, faz parte, ninguém é invencível, mas perder de forma humilhante demonstra incapacidade; d-) Ter pessoas experientes na equipe, saber mesclar, ninguém ganha nada com uma equipe só de experientes ou só de inexperientes; e-) Dar a todos a oportunidade de opinar e ouvir todas as opiniões, se você líder perceber que está errado, volte atrás, nada tem de mal em voltar atrás reconhecendo um erro, isso é louvável, melhor que saber que está errado e não dar o braço a torcer, causando impactos negativos sem precedentes dentro da empresa; f-) Saber quando é hora de festa e quando é hora de trabalhar. A festa vem depois do resultado e não antes; g-) O ideal é dar oportunidade de crescimento para pessoas da sua equipe, mas se perceber que ainda não tem este profissional, não hesite, busque no mercado.

Você concorda com a nossa opinião? Enxergou outras falhas? Você concorda que treinamento, planejamento, visão, respeito, experiência, conhecimento, dedicação, comprometimento e postura de líder trazem o resultado esperado?

Um grande abraço a todos!

Author: carlospires

Profissional graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário da FEI e Pós Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Experiência de 28 anos em atendimento ao cliente, sendo 21 anos em cargos de liderança, com forte atuação na Gestão dos Indicadores de Performance, Back-Office, Monitoria, SAC e Cobrança, atuando em empresas nacionais e multinacionais do segmento de call center e administração de cartão de crédito . Atuação junto aos segmentos varejistas em grandes lojistas. Responsável pela gestão de pessoas, processos e clientes, atuando em áreas operacionais e comerciais, com orientação para resultado. Conhecimento na gestão e implantação de Contact Center e Comercial Pós Venda, atuando no desenvolvimento de projetos, revisões de scripts operacionais, dimensionamento, implantações de novos clientes e produtos, liderando projetos de eficiência operacional, obtendo ótimos resultados em redução de despesas. Experiência em gestão e gerenciamento de crises nas redes sociais. Planejamento e preparação de treinamentos de atendimento, liderança, gestão e produtos. Ministrou e ministra diversos treinamentos referente aos temas acima citados. Participação na implantação e validação no processo da ISO 9000/9001. Palestrante no CRA-SP – A importância do atendimento ao cliente.

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