Bernardinho x José Roberto Guimarães. Qual tipo de líder você prefere?

Bernardinho   X    José Roberto

Com certeza, dar uma resposta a esta pergunta não é nada fácil e tampouco terá consenso entre as pessoas, afinal estamos falando de técnicos (líderes) de um nível muito elevado e com grandes conquistas nas suas trajetórias.

Bernardinho, enquanto esteve à frente da seleção feminina de vôlei, disputou 28 torneios e ficou entre os três primeiros colocados em 27 deles, já no comando da seleção masculina, sagrou-se oito vezes campeão da Liga Mundial, além de estar presente em todo pódium olímpico, conquistando o ouro em Atenas. Um feito simplesmente espetacular.

Já falando sobre José Roberto Guimarães, as coisas não são diferentes. Só para resumir as suas conquistas e mostrar sua força de líder e profissional dedicado, ele é o único tricampeão olímpico no Brasil, e ainda mais, é o único técnico de vôlei no mundo a ser campeão olímpico com os times masculino e feminino.

Ambos possuem em comum as características presentes nos profissionais de alta performance que são: comprometimento, disciplina, foco, trabalho e busca incessante dos altos padrões de excelência, ou seja, são os líderes dos sonhos das empresas nos dias de hoje, onde a liderança faz uma diferença enorme dentro de um mercado tão concorrido e acirrado..

Mas, se por um lado os resultados vencedores, e que não deixam dúvidas quanto a capacidade e o poder de liderança de ambos, criam algo em comum, por outro lado, a maneira de ser e o jeito de se comportarem na quadra demonstram grandes diferenças.

Bernardinho esbraveja, pula, grita, faz caretas, puxa sua camisa de uma tal forma, parecendo que vai rasgá-la, passando a imagem em alguns momentos de ser um “desequilibrado”.

Já Zé Roberto é tranquilo, fala manso e tem um jeito tão calmo que em alguns momentos chega até a irritar aquelas pessoas que gostam de fortes emoções.

Apenas para ilustrar nosso post, vale ressaltar que em uma pesquisa feita pelo Portal Terra, Bernardinho é considerado o melhor técnico por 88% dos internautas. Porém, vale resaltar que essa pesquisa foi feita antes das Olimpíadas de Londres, onde Zé Roberto trouxe o ouro e Bernardinho a prata, depois de perder um ouro praticamente ganho.

Em uma entrevista concedida após esta última conquista olímpica em Londres, quando perguntado sobre qual dos dois era o melhor, Zé Roberto foi categórico: “O Bernardo é melhor, os números falam por ele”.

Independente de quem seja o melhor técnico (líder), ao analisarmos o perfil de liderança dos dois, uma conclusão é clara e notória, é preciso ter muito equilíbrio emocional para ser liderado por alguém como o Bernardinho, pois o nível de stress gerado por sua postura é muito alto, desta forma, somente pessoas absolutamente comprometidas com a busca da mais alta performance conseguem suportar tamanha pressão, ele persegue a perfeição a todo momento, como ele mesmo disse em uma palestra sua conhecida como Roda da Excelência, “não há nada que me tire mais do sério do que um treinamento mal feito, ou seja, um dia desperdiçado, um dia sem qualidade, porque a única coisa que gera resultado em nosso trabalho é a qualidade somada ao longo do tempo, a disciplina, executando com qualidade máxima aquilo que nós queremos”.

É claro que no mundo corporativo existem os “Bernardinhos” e os “Zés Robertos”. Mas vale lembrar que ao vislumbrarmos esses dois estilos de liderança que são altamente vencedoras, no ambiente das empresas, precisamos considerar algo fundamental: o mundo dos negócios, apesar de estar cada vez mais competitivo, ainda não possui com tanta força essa relação de apenas ganhar ou perder que existe no esporte.

Desta forma, um líder com estilo Bernardinho, pode trazer grandes conquistas, mas pode também fazer grandes estragos, sobretudo no que tange à saúde mental da suas equipes, sendo assim, quem estiver nesta equipe, precisa estar muito bem preparado em todos os sentidos, e saber separar muito bem, o lado pessoal do profissional, pois a cobrança será forte e interminável para se manter sempre no topo de uma forma cada vez melhor.

Já um perfil de liderança focado nos resultados, mas com mais equilíbrio no trato com as pessoas, que é o estilo Zé Roberto de liderança, consegue manter os níveis de performance elevados por mais tempo.

Depois de tudo que lemos aqui e pelo que acompanhamos no dia a dia, devemos considerar que aquilo que serve para o mundo dos esportes pode ser, e até acaba sendo, um diferencial muito positivo, mas não deve ser aplicado de forma tão explícita ao mundo corporativo, pois para algumas formas e atitudes, podem ser necessários alguns ajustes.

Pular, gritar e esbravejar pode dar resultados com atletas de nível olímpico, mas não serve para a grande maioria das equipes que trabalham nas empresas. São pressões e cenários muito diferentes, mas que podem ser trabalhados com o mesmo intuito e objetivo, mas de formas e atitudes diferenciadas.

Isso tudo nos mostra, o quanto as empresas e os líderes podem e devem aprender muito com o mundo dos esportes.

Da mesma maneira que ocorre no esporte, nos ambientes corporativos pautados pela ética e pela meritocracia, ninguém alcança o topo do podium sem determinação, trabalho e esforço, aliados ao talento, à paixão e à vontade de vencer, e isto tudo precisa ser conquistado a cada dia, fazer amanhã algo melhor que fez hoje.

Todas essas lições podemos e devemos aprender sem dúvida, com esses dois técnicos vencedores e que não pairam dúvidas sobre suas capacidades.

Desta forma, o correto é deixarmos de lado as comparações entre esses dois grandes líderes e vencedores, e buscarmos extrair tudo que existe de mais positivo nos estilos de liderança desses dois campeões, fazendo os devidos ajustes para cada ambiente e para cada cultura corporativa.

Você tem estilo Bernardinho ou José Roberto? Sua empresa prefere qual estilo? A mescla dos dois estilos faria surgir o líder “perfeito”? Qual sua preferência?

Um grande abraço a todos

Author: carlospires

Profissional graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário da FEI e Pós Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Experiência de 28 anos em atendimento ao cliente, sendo 21 anos em cargos de liderança, com forte atuação na Gestão dos Indicadores de Performance, Back-Office, Monitoria, SAC e Cobrança, atuando em empresas nacionais e multinacionais do segmento de call center e administração de cartão de crédito . Atuação junto aos segmentos varejistas em grandes lojistas. Responsável pela gestão de pessoas, processos e clientes, atuando em áreas operacionais e comerciais, com orientação para resultado. Conhecimento na gestão e implantação de Contact Center e Comercial Pós Venda, atuando no desenvolvimento de projetos, revisões de scripts operacionais, dimensionamento, implantações de novos clientes e produtos, liderando projetos de eficiência operacional, obtendo ótimos resultados em redução de despesas. Experiência em gestão e gerenciamento de crises nas redes sociais. Planejamento e preparação de treinamentos de atendimento, liderança, gestão e produtos. Ministrou e ministra diversos treinamentos referente aos temas acima citados. Participação na implantação e validação no processo da ISO 9000/9001. Palestrante no CRA-SP – A importância do atendimento ao cliente.

Share This Post On

Submit a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *