Por que pecamos tanto na organização de eventos?
Nosso país é conhecido por várias coisas, mas algumas não são tão boas assim, como por exemplo, o Brasil é o país do “jeitinho”, o famoso jeitinho brasileiro, ou ainda, vamos fazendo que na hora ou no fim, tudo dá certo, mas não é bem assim que as coisas funcionam.
Basta termos algum evento um pouco maior e aparecem os problemas, sejam por falta de planejamento, por planejamento mal feito, por falta de organização, por não seguir o planejamento e assim sucessivamente, quando estes eventos são então de grandes repercussões, pronto, estamos perdidos.
Nos grandes shows internacionais por exemplo, os problemas já começam na compra de ingressos, se esta compra for por internet, o site apresenta problemas, travam, saem do ar, valores errados, entre outros, se a compra for feita nos postos de venda, existe má organização das filas, pessoas com má vontade de prestar informações e esclarecimentos, poucos guichês abertos, uma falta de organização, planejamento e respeito enorme, isso ocorre inclusive em eventos menores, realizados internamente.
Na Copa das confederações, terminada recentemente, embora muitas pessoas tenham achado que foi um sucesso, na verdade vimos uma falta de organização enorme, seleções impossibilitadas de treinar por problemas de trânsito, pois o local de treinamento era além de tudo, longe do hotel, outra que também não pode treinar devido ao campo de treinamento estar alagado, seleção chegando em hotel, e o mesmo passava por uma greve, o público com várias dificuldades para chegar aos tão esperados e comentados estádios, que na maioria ainda faltavam uma coisa ou outra para terminar, mas que para a copa do mundo estará pronto. Mas não era para estar tudo pronto agora? Este não é um evento oficial?
Já a semana passada, voltamos a ter um novo evento de enorme proporção, a visita do Papa Francisco, e novamente problemas de organização, logo na chegada no Rio de Janeiro, erraram o caminho, saindo do caminho que estava planejado e já interditado, colocaram o Papa em um tremendo trânsito, onde várias pessoas avançaram no carro, claro que eram pessoas de bem, querendo ver e tocar no Papa. Mas e se ali, no meio de tantas pessoas, tivesse uma pessoa apenas, mal intencionada? Sem falar ainda na falta de transporte adequado, que deixaram milhares de fiéis de várias partes do mundo perdidos e correndo também sérios riscos.
Esperava-se que estes grandes eventos realizados no Brasil, fossem uma vitrine de uma recente década de crescimento econômico no país e justificassem os ares de primeiro mundo que muitos dos nossos líderes assumem, mas na verdade, tivemos até o momento verdadeiros fiascos, deixando a coletividade mundial com sérias dúvidas sobre a perfeita realização da Copa do Mundo e Olimpíadas em nosso território.
Agora, apesar de estendermos o tapete vermelho ao Papa Francisco, estamos espantados com os problemas ocorridos durante sua visita. Recebemos em nosso país visitantes de lugares tão distantes, como Japão, Angola e Canadá que enfrentaram longas filas, ônibus lotados, metrô com defeito e a incerteza sobre um evento que estava sendo organizado havia dois anos.
Olhando para tudo isso, nos fica claro, não existe e não pode existir “jeitinho” e nem o famoso “no final tudo dá certo”, pois na Copa das Confederações, o que deu certo no fim, foi a seleção brasileira ser campeã, e nada mais, já na visita do Papa, o carisma, a liderança, a simplicidade, a verdade e o legado deixado por ele, além do comportamento das pessoas, que viram no Papa, um verdadeiro líder, que de fato veio para mudar muitas coisas no nosso mundo.
Fica então o alerta para as pessoas envolvidas nos próximos eventos, sejam eles de grande ou pequena repercussão, internacionais ou nacionais, para de fato se planejarem e se organizarem com muita antecedência, fazer testes, operações, simulações e nunca esquecendo de se ter sempre um plano B, pois algo pode não sair como foi planejado. Sem falar no respeito com as pessoas. Vamos deixar de ser o país do “jeitinho” e ser o país da verdade, da organização, do planejamento, da gestão, da entrega, enfim, ser de fato um país de primeiro mundo, não apenas com palavras e justificativas, mas com ações e atitudes.
Um grande abraço a todos.
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