A Crise sai do Varejo, mas o Varejo não sai da Crise!
Após três anos de absoluta queda, o varejo brasileiro comemorou um Natal de alta nas suas vendas.
Segundo o indicador de atividade do varejo brasileiro, que é medido pela Serasa, entre os dias 18 e 24/12, as vendas nominais, ou seja, aquelas que não levam em consideração a inflação, subiram 5,6% em relação ao mesmo período do ano de 2016, segundo a entidade, este é o melhor resultado desde 2011. Os shoppings também comemoraram o Natal positivo depois de dois anos de retração. A expectativa para 2018 é de um crescimento ainda maior.
Ao analisarmos as matérias publicadas, chegamos a conclusão que o varejo “espantou” a crise, porém, quando conversamos com as pessoas do meio, muitos ainda reclamam, dizendo que não é bem assim, que a crise continua e o faturamento não foi tão bom como dizem.
No final do ano, passei por diversos estabelecimentos dentro dos shoppings e nas ruas, com isso, enxerguei atitudes lamentáveis e ao consultar outras pessoas, recebi delas o mesmo feedback, ou seja, havia na grande maioria dos estabelecimentos um despreparo e uma desmotivação enorme.
Quando passei pelas lojas pareciam que todos já tinham batido as metas e não precisavam mais vender, ou seja, as vendas seriam feitas devido a necessidade do cliente e não porque os colaboradores queriam ou precisavam de fato vender. A falta de motivação era visível, as pessoas estavam com uma aparência que espantava o cliente, você ficava até com receio de perguntar algo e receber uma resposta atravessada.
Em uma das lojas que estive dentro de um shopping, passei pela mesma três vezes, tinha uma pessoa no balcão próximo dobrando algumas roupas, ela olhava para a minha pessoa e dizia: “bom dia”, virava as costas e continuava a dobrar as roupas, que naquele momento era mais importante do que fazer uma venda, isso porque eram 10:10 h., ou seja, a loja tinha acabado de abrir.
Na terceira vez, entrei na loja e esta mesma pessoa chamou uma outra para me atender, esta veio toda sem graça e ao perguntar quem era aquela pessoa que estava no balcão dobrando roupas, ela me disse que era a gerente, pasmem.
Analisando tudo que vi neste final de ano e ainda continuo vendo, e também pelos feedbacks recebidos, vejo que falta muito ainda para o varejo brasileiro prosperar e conseguir de fato resultados impactantes e isso começa de cima para baixo, ou seja, os donos precisam de fato se entregar mais ao seu negócio, querer de fato fazer sucesso.
O varejo brasileiro precisa passar por um processo de inovação geral urgente, parecido, claro que guardada as devidas proporções, com a revolução industrial, revolucionar o atendimento, a forma de trabalhar, os treinamentos, a gestão, o layout dos estabelecimentos, o relacionamento e etc., caso contrário, continuaremos com as reclamações e com os estabelecimentos vivendo os mesmos dilemas, ou seja, absenteísmo alto, turnover cada vez maior, falta de comprometimento, resultados abaixo do esperado, falta de caixa, desmotivação, estabelecimentos dando mais prejuízo do que lucro e fechamento dos mesmos em grande escala.
O seu estabelecimento está passando por este momento delicado ou de fato está conseguindo prosperar? O momento de avaliação é agora, mexa-se, revolucione, aprenda, seja de fato um empreendedor, ou fechará para sempre.
Um Grande Abraço a Todos!
Comentários